sexta-feira, 21 de novembro de 2014

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O DIREITO DE DIZER NÃO



Sim, somos abençoadas com a dádiva de gerar outra vida.
Sim, existem milhares de mulheres no mundo que sofrem por não poder ser mãe, e outras milhares que sofrem pela pressão para que sejam.
O direcionamento é algo que evito, mas neste caso o bate papo é mesmo para as Luluzinhas.
Nós, as Luluzinhas, somos capazes de executar qualquer tarefa, inclusive as que demandam força física, já está mais que provado que a igualdade é uma questão de lógica e não só de direitos.
Nós podemos fazer tudo, saímos, bebemos, ficamos ricas por mérito próprio, cumprimos jornadas de trabalho de 44 horas semanais e ainda cuidamos de um milhão de assuntos paralelos, sem contar no retoque da progressiva, academia, etc.
Agora algumas mulheres, e não são poucas, clamam pelo direito de “Não fazer” algumas coisas, e uma dessas coisas é a maternidade.
Não estou minimizando a “missão” porque é sim uma missão! Só acho que direito do não é legitimo, assim como qualquer outro.
Esse não, não é não a uma carinha bonitinha e fofa, a um cheirinho inesquecível e tantas outras coisas incríveis, é dizer não a interromper uma vida profissional, muitas vezes tão suada, é dizer não a ter mudanças drásticas em seu corpo em benefício de outra pessoa, é dizer não a ser “eternamente” responsável pela vida de outra pessoa.
Algumas pessoas diante de uma mulher que diz não querer ser mãe, logo questionam: Mas você não pensa no futuro?
Pois bem, acho que para ter um posicionamento desses é necessário exatamente pensar no futuro, ter um filho não é ter um bebê, ter um filho é ter outra vida vinculada a sua, e isso definitivamente é um projeto muito grandioso.
Conheço algumas pessoas que tomaram, e outras que estão em busca desta resposta.
Ter ou não Ter, eis a questão, e o que vejo é o inicio de uma luta, mais uma em nosso histórico, uma luta para ter o direito de não querer algumas coisas.
Essa pausa que temos que dar para conceber uma criança é uma pausa que nos custa muitas coisas em nossa vida pessoal, não quero tratar de valores e sim de prioridades somente, e juro nunca mencionar os milhões de quilos adquiridos.
Uma gestação dura aproximadamente 40 semanas, vamos então a uma conta rápida, as 12 primeiras semanas são definitivamente apagadas de nossas vidas, tontura, sono, impossibilidade total de se alimentar, praticamente nos deixam impossibilitada de exercer qualquer atividade.
Ora essa! Como assim, somos mulheres! E outra, o que são 12 semanas comparadas ao prazer de ser mãe?
Respondo. Essas doze semanas realmente é um pequeno dessabor que temos que enfrentar para o grande prêmio, mas pense, qual seria o impacto dessas doze semanas para uma mulher que tomou essa decisão forçada, praticamente induzida por familiares e amigos, onde estarão estas pessoas na hora dos enjoos matinais?
Vamos então as últimas oito semanas, essas sim deveriam ser chamadas de missão, “esperar um bebê” esperar... esperar...
Juro não mencionar o cárcere privado e também o inchaço nos pés e no nariz, também não acho justo trazer para essa pauta o andar sedutor que adquirimos, então não mencionarei.
A cada dia que passa mais mulheres ponderam os pros e os contras da maternidade, não estou levantando nenhuma bandeira e nem tentando exercer controle de natalidade, só acredito que todos temos o direito de escolher o rumo da nossa vida.
Um casal que não tem filhos não é pior do que um casal que decidiu ter filhos e terceiriza a educação das crianças.
Decisões que não são ponderadas é um acidente de percurso, e como humanos que somos, tendemos a corrigir a rota, e com certeza os maiores prejudicados não seremos nós, mas sim os pequeninos que são nos dias de hoje órfãos de pais vivos.
A maternidade e também a paternidade é um ato de coragem, e também uma mudança no estilo de vida, uma mudança de ideais, uma mudança permanente, e é necessário muito planejamento para isso.
Não se trata de querer ou não ter filhos, trata-se de ter ou não competência para atuar na formação de uma pessoa, e não somente provendo suas necessidades financeiras, mas sim suas necessidades emocionais e espirituais.
Competência! Trata-se de ser ou não ser competente para administrar outra vida além da sua.
Talvez devêssemos olhar para os casais que optam por não ter filhos com menos espanto e com mais admiração, pois no mundo em que vivemos pensar sobre trazer alguém pra cá ou não é um ato de muita consciência.
Amo meus filhos e a cada dia eles me trazem razões maiores para ser uma pessoa melhor, isso é muito gratificante, valeu a pena cada uma das tenebrosas semanas que passei, e passaria novamente cada dia da gestação de cada um deles.
Enfim, acredito que um dos nossos maiores desafios é ser capaz de ser feliz sem necessitar de outra pessoa, seja ela quem for, é muita irresponsabilidade atribuir sua felicidade ou a falta dela a um terceiro.
Ser ou não ser mãe, ser magra ou gorda, ser vegetariana ou não, praticar exercícios ou não, a questão é uma só, quem manda na sua vida? Quem decide o que melhor para você?

Angélica Marques 

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Novidade!!!

Tenho novidades!!

Tipo um Blog vai virar "Tipo um Livro" estou preparando tudo com muito carinho e antes do Natal terei esse sonho realizado e partilhado com todos vocês.

Em poucos dias farei a apresentação oficial do projeto.
Um grande abraço e meus agradecimentos a todos que acompanham o Blog e a Page!

                                                         Angélica Marques

domingo, 9 de novembro de 2014

PASSADO

O passado só deveria se chamar passado a partir do momento que fosse mesmo “passado”. Mas durante o tempo que ainda nos atormenta deveria ter outro nome.
Tudo que vivemos tem uma razão de ser e de acontecer, passamos por tantas coisas que a princípio não entendemos, mas, que depois se tornam claras.
Quando não conseguimos entender a lição que determinado fato nos trouxe, é porque ainda não aprendemos o que tínhamos que aprender.
E a lógica é simples, a gente aprendeu já na escola isso, não aprendeu: reprova, faz de novo, repete.
E ficamos nós perdendo tempo, tentando superar coisas insuperáveis ao invés de voltar e resolver, pegar o bônus do ensinamento que as situações difíceis nos trazem.
Remoemos ao invés de arregaçar as mangas e destrinchar os problemas.
Dúvidas são muito mais cruéis do que certezas duras, mas a gente não tem coragem, a gente prefere sempre se enganar, e assim vamos enchendo nossa mochila de mágoas, enchendo a cada dia com incertezas e nós na garganta.
A conta chega é claro, sempre chega.
Além do fato de percorrer o nosso caminho sempre com esse peso, nos cansando demasiadamente ao invés de viver uma vida leve, ainda tem a aquela hora que a mochila não aguenta.
E um dia tudo vem a tona, todas as mágoas, todas as questões que deixamos de resolver, algumas porque julgamos menos importantes, outra porque envolvia esforço emocional demais, e tudo de repente está ali, jogado a sua frente, tudo junto, gritando por solução.
Não encha demais sua mochila, não deixe os nós em sua garganta te sufocarem, resolva suas questões, se dedique a suas emoções, sejamos emocionalmente saudáveis.
A saúde emocional é a base da nossa vida, e se a “cachola” não anda bem, com certeza todo o resto estará comprometido.
Ou você acha que dá para empurrar a vida com a barriga eternamente?
Não dá! A gente sofre, a gente carrega passado demais em nosso presente e com isso arrebenta com nosso futuro.
Precisamos entender que determinadas coisas que insistimos em querer em nossas vidas simplesmente não nos cabe, não nos fariam bem, tem Gente cuidando disso, temos que confiar mais em Deus, entender de uma vez por todas que a gente nada sabe dessa vida.
Queremos tudo de imediato, queremos ser amados, bem sucedidos, ouvidos, entendidos, reconhecidos, e tantos outros desejos temos.
E em contrapartida não queremos ao menos esperar, não oferecemos nada em troca de tudo que queremos.
Parar, refletir se até aqui deu certo, cessar condutas improdutivas, fazer um balanço dos teus dias, isso é saudável.
Dar uma sacudida, fechar certos ciclos, deixar certos hábitos, isso sim é honesto consigo mesmo.

Dar passos para a frente sim, mas ponderando o que você quer levar daqui pra frente, e principalmente desapegando de coisas que você não quer mais no seu caminho, transformando coisas e pessoas simplesmente em “passado”.

Angélica Marques

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

NOSSO QUINTAL

Tragédia anunciada! Muitas pessoas indignadas, outras até transtornadas, cada um revestido das suas razões e na busca incessante de culpados para justificar o fato de que nem sempre as coisas acontecem de acordo com a nossa vontade. (sorte nossa).
As pessoas estão com medo, assustadas, pois desejavam a tal mudança, e essa com certeza não virá.
Como qualquer pessoa deste país, logo comecei a pensar sobre a questão. Primeiro minha reação seguiu a onda dos meus pares, fiquei com medo, aflita e insegura em relação aos rumos que provavelmente nosso país tomará, mas em seguida encontrei alento em algumas conclusões.
Nada é novo, nossos problemas são velhos, sempre os mesmos. Não que o cenário não seja alarmante, mas se voltarmos um pouco no tempo certamente chegaremos à conclusão de que tudo está como sempre esteve, com nova roupagem, mas as questões são sempre as mesmas, o que muda é a forma como encaramos as coisas.
Vejamos, eu penso que “jamais na história deste país” houve tanta piriguete por metro quadrado, penso que algumas mulheres levam muito a sério a missão de chocar e escandalizar com os modelos de comportamento.
Mas estou começando a ver com outros olhos essa e outras questões. As piriguetes sempre estiveram por aqui, a única diferença é que eram chamadas de “perdidas”, ou alguns outros nomes.
A única diferença é que há tantos anos atrás a existência delas em nada me afetava. Hoje tenho um filho adolescente e por mim eu exterminaria todas as mulheres da face da terra, nem precisavam ser “perdidas”.
Essa é a diferença: hoje, esse fato, afeta diretamente minha vida.
E não é diferente em tantos outros assuntos, ou vai dizer que é a primeira vez que falta água?
Não é! E também não será a última, só que hoje temos consciência deste fenômeno e sabemos calcular a nossa culpa, o peso dos nossos atos.
E na bendita política não podia ser diferente. Há algum tempo pouco me importava se a gasolina custasse um ou mil reais, eu nem carro tinha, não era comigo, eu não me importava. Influenciava minha vida, mas eu não sabia.
E agora? Tudo nos importa, é com a gente, é no meu e no seu bolso, por isso que parece maior, mais grave, e definitivo.
Políticos e desonestos sempre foram duas palavras da mesma frase, quase que inseparáveis. E foi sempre assim, e sempre será.
Nossa consciência e lucidez, trazidas pela idade ou pela experiência, nos castiga a cada dia nos lembrando que não tem “test drive” na vida real, que não dá para começar de novo, não dá para pular uma jogada. Não dá!
Agora é pra valer, e a percepção de que tudo está afundando é mesmo assustadora.
O que mudou? Nada, ou quase nada. Esse caos é no nosso quintal desde sempre, a única diferença é que enxergamos isso com clareza neste momento.

Clareza que com certeza não chegou a todos os cantos do Brasil, pois se assim fosse estaríamos ao menos esperançosos com uma possibilidade de melhora. Mas...

ANGÉLICA MARQUES