O que faz de
alguém melhor aos nossos olhos?
O que faz uma
pessoa entre tantas outras especial aos nossos sentidos, todos eles.
O que faz
de um simples cheiro (às vezes até de um perfuminho barato) nos inebriar?
O que faz de
certos defeitos motivos de admiração?
Pouco sei sobre essas respostas, mas
confesso que todas essas perguntas me assolam.
Entre tantas
pessoas elegemos apenas uma para que seja o senhor (senhora) da nossa razão,
para que mande e desmande em nossas vontades e nos faça acreditar que estamos felizes
ou não.
Algumas pessoas
chamam de paixão, há quem acredite que se trate de uma doença, diz a escritora Danuza
Leão que existem clínicas especializadas nos Estados Unidos onde os
“apaixonados” podem se internar até que se tenha de volta o juízo normal.
Particularmente
acredito que é mesmo uma doença essa tal paixonite, um sentimento insano que
nos rouba simplesmente o essencial a nossa existência.
Mas, se é tão
ruim, por que nos faz tão feliz? Se é tão ruim por que ao longo de nossas vidas
quando ficamos algum tempo sem desfrutar deste sentimento nos sentimos vazios? Incompletos?
Por outro lado
não pode ser bom se nos rouba o juízo, se nos tira a dignidade e o amor próprio e
quase sempre a paz.
Esse é um texto
de perguntas, somente perguntas, e lá vai mais uma: Quantas vezes passamos por
isso nesta vida? Quantas vezes somos capazes de suportar a total ausência de
juízo? De ver furtados nossos sentidos?
Quantas vezes
nosso coração é capaz de se partir em mil pedaços? E depois de partido, ele volta à forma
original?
Quanto às respostas
digo que só podem ser buscadas em uma mesa regada a algo tão forte quanto á dor
de cada um, eu particularmente não as tenho, e sinceramente não pretendo tê-las,
nuca! Jamais!
Ignorando essas
respostas podemos viver plenamente esse sentimento, e deixar que esse tsunami
arraste para longe todas as nossas certezas.
A paixão
obviamente não tem ligação nenhuma com o amor, assim como muito sabiamente
disse Arnaldo Jabor e cantarolou Rita Lee, o amor é cristão e o sexo é pagão.
Amor, sexo,
paixão, o certo mesmo é jamais misturar isso, nem um com o outro e nem o outro
com um, nada! Cada um no seu espaço, fazendo seu papel.
Falando em
papel, o amor tem seu papel, um ilustre convidado em nossas vidas, o sexo ainda
mais... Mas a paixão, para que serve mesmo?
Seres
apaixonados são desprovidos de seus sentidos e são capazes de ignorar até as
leis da física, da química e até as leis dos homens.
Ora excelência,
o ato fora cometido por paixão! E para isso deve ter perdão!
Até a lei se curva
diante a insanidade que acomete os apaixonados, sendo assim vejo pouca esperança
de equacionar esse sentimento.
Angélica Marques
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