CONSELHOS
Em
pauta aqueles conselhos que sempre buscamos quando passamos por uma situação
qualquer, concluo, mesmo que prematuramente que são sempre inúteis.
Peço
perdão pela conclusão seca e indócil, mas isso me toma neste momento.
Nomeamos
pessoas comuns, mortais, pecadores como você e como eu, com os mesmos medos e
com as mesmas fraquezas para divagar inutilmente sobre temas que muitas vezes
desconhecem.
Mesmo assim buscamos essas opiniões, receitas, fórmulas
supostamente mágicas de resolver situações pelas quais somos diariamente
submetidos.
Conselhos...
será que é mesmo verdadeiro o ditado? Se fosse bom era vendido. Acho que é
quase isso.
Ninguém está capacitado para indicar o melhor caminho de uma
estrada que desconhece, esses apontamentos além de inúteis podem ser perigosos.
Se colocar no lugar do outro e decidir, mesmo que no campo
das ideias, qual a melhor postura a adotar é um comportamento muito arriscado.
Existem pessoas tão desfocadas da realidade que seguem
exatamente aquilo que lhe é apresentado, sem ponderações, adequações ou
questionamentos. Esse é o grande risco de “palpitar” na vida alheia, conduzir o
outro diretamente para o buraco.
Penso que pedir opinião para outras pessoas é quase um vício,
um hábito que nos liberta da responsabilidade de decidir sobre a própria vida.
Algumas pessoas sabem exatamente o que dizer, na hora certa,
para a pessoa certa, esta habilidade muitas vezes é confundida com sensatez,
porem, não passa de um dom com as palavras, e o fato de dizer coisas agradáveis
e fazer pontuações adequadas não significa estar habilitado para indicar
caminhos a serem seguidos.
É evidente e até bíblico que devemos nos orientar a respeito
de alguns assuntos relevantes, o livro de Salomão, por exemplo, é todo baseado
nesta teoria, de que devemos nos aconselhar com os mais sábios a respeito de
temas que desconhecemos, lembrem-se, com os “mais sábios”.
O fato é que nossos critérios para a escolha de nossos
conselheiros são rasos e desprovidos do cuidado que essa atitude requer, ao
pedir um conselho mesmo que você não entre em detalhes sobre o problema, você
estará expondo sua intimidade e na maioria das vezes a intimidade de outra
pessoa envolvida.
E uma vez que sua vida cai na roda das opiniões, como brecar
esse fenômeno? Impossível.
Limite a quantidade de pessoas as quais você expõe a sua
vida, e ao eleger essa pessoa leve em conta quem ela elegerá para contar tudo
que acabou de ouvir.
Estamos sempre buscando no outro as respostas para nossas
questões.
É assustador pensas nisso, se não nos apegarmos a esses paliativos somos obrigados a assumir o leme de nossas vidas, somos obrigados a admitir que somos senhores da nossa razão, e ainda que todas as consequências dos nossos atos recairão exclusivamente sobre nós, únicos culpados por nossas escolhas, sendo essas escolhas sugestionadas ou não.
É assustador pensas nisso, se não nos apegarmos a esses paliativos somos obrigados a assumir o leme de nossas vidas, somos obrigados a admitir que somos senhores da nossa razão, e ainda que todas as consequências dos nossos atos recairão exclusivamente sobre nós, únicos culpados por nossas escolhas, sendo essas escolhas sugestionadas ou não.
Angélica Marques
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