quinta-feira, 31 de julho de 2014
quarta-feira, 30 de julho de 2014
terça-feira, 29 de julho de 2014
segunda-feira, 28 de julho de 2014
sábado, 26 de julho de 2014
TESTAMENTO
Talvez seja um pouco cedo, mas, por via das dúvidas quero deixar aqui registrado minhas declarações de última vontade.
Primeiramente registrar que não tenho mais medo de morrer, não mais, eu já tive um dia, mas hoje penso diferente.
Penso que morrer deve ser uma espécie de prêmio, levando em conta que só gente bacana “anda” morrendo.
É claro que Deus mascarou um pouco esse “evento morte”, pois se assim não fosse nós mortais não teríamos paciência para aguardar a nossa vez, o nosso chamado.
Deve haver um plano grandioso do nosso Deus em relação ao “lado de lá”, pense bem, olha o time que Deus anda reunindo, não é piada não, é só observar que qualquer um chega a esta conclusão.
O céu nem deveria ser tão bom assim, mas agora anda cheio de graça, poesia, boa música e, em minha opinião particular, muito bem frequentado.
Todos nós perdemos pessoas queridas, todos nós olhamos para cima uma vez ou outra tentando entender o porquê de tanta saudade e o porquê não conseguimos enxergar coerência no rumo das coisas. Natural.
Bom, voltando as minhas declarações.
Deixo, para meus familiares mais próximos, toda a postura e retidão que me ensinaram as duras penas, com seus exemplos e a condução amorosa.
Deixo aos meus amigos de infância, todas as gargalhadas que me oportunizaram, deixo aquela água na boca de quando recebíamos a mais tola guloseima, e por fim deixo também a boa lembrança do nosso primeiro bichinho de estimação.
Aos amigos que conheci mais adiante, deixo todo friozinho na barriga do primeiro amor, e a euforia de quando este por vezes foi correspondido, deixo também a sensação de liberdade ao pegar pela primeira vez em um volante de um possante qualquer.
Ao meu grande amor, deixo a sensação inebriante de quando o encontrei pela primeira vez, e pela segunda, e provavelmente pela última, deixo ainda o levitar do primeiro beijo.
Aos meus filhos deixo o silêncio de quando os vi nascer, deixo a calma de quando os alimentei pela primeira vez e o orgulho de seus primeiros passos.
Aos que passaram suavemente pela minha vida, deixo o sorriso que trocamos, para os que ficaram um pouco mais deixo um milhão desses sorrisos.
E a você meu querido leitor eu deixo uma pergunta somente: O que você vai deixar para as pessoas que te amam?
Qual é o seu legado?
O que você reuniu na sua vida, pelo que você está lutando?
O preço de qualquer coisa é a quantidade de vida que você troca por ela (Henri Thoreau).
Ando pensando sobre o quanto de vida ando deixando em coisas sem valor real.
E você, quanto tempo faz que não come uma manga sem faca, ou anda com pés descalços?
Espero que cada um fique feliz com o que lhe coube neste testamento, é tudo que eu tenho e é o melhor de mim, foi tudo de melhor que eu fiz.
Eis o meu legado: Lembranças e sensações, todas compartilhadas com pessoas importantes.
Angélica Marques
quinta-feira, 24 de julho de 2014
quarta-feira, 23 de julho de 2014
OS PEIXES NÃO VOAM
Somos loucos por aquilo
que não temos e mais ainda pelo que jamais poderemos ter. Faz parte da nossa
natureza. Acredito eu.
Quando o assunto é amor
o padrão é o mesmo, a princípio os requisitos a serem preenchidos pelo príncipe
encantado são poucos, os básicos: ter uma bela capa e um cavalo branco claro,
mas com o passar do tempo a história vai mudando e o final feliz passa a ficar
cada vez mais distante.
Passamos a desejar que esse mesmo príncipe que
foi um dia exaltado pelos seus simples atributos, também saiba cozinhar e ame
poemas, os mesmos que amamos, naturalmente.
Os parâmetros que
submetemos nossos pares são geralmente baixos no início do relacionamento e
altíssimo no decorrer dele.
Essa necessidade que o
outro evolua, e não como ser humano, mas sim dentro das nossas expectativas, na
verdade é uma inquietação pessoal que transferimos para o outro, cruel e
egoísta, porém muito comum.
É muito injusto quando
lá pelas tantas passamos a rotular como insuportáveis os costumes, hábitos que
até então nos agradavam e até mesmo temperavam o relacionamento.
É evidente que aparar
certas arestas no comportamento um do outro em nome de uma convivência saudável
é válido e totalmente aceito, mas não é com essa sutileza que isso acontece.
Depois de algum tempo
de convivência, e esse tempo pode variar muito, todas as características do
eleito entram em cheque, as boas, as ruins, enfim, tudo é medido pesado com a
severidade de uma governanta velha e má.
Penso que hoje os
relacionamentos acabam por muitos motivos, mas a esse momento de reavaliação
poucos sobrevivem, e quando sobrevivem ficam com sequelas gravíssimas.
Odeio exemplos,
números, acho que eles estreitam muito toda fala, mas em nome da visualização
da situação e também para esclarecer o lindo título lá vai!
Um casamento já com
alguns anos, onde o homem é um cara legal, trabalha e defende honestamente o
sustento da prole (bela capa), e que também é capaz de propiciar momento
agradáveis a bela dama, tanto afetivamente com eventuais gracejos, quanto
sexualmente, pois suas energias e seus instintos permitem certas regalias ao
casal. (cavalo branco).
Este cara legal não tem
defeitos graves e reúne bons princípios, um típico homem que qualquer mulher lúcida
viveria toda vida.
Bom, este homem em dois
parágrafos já conquistou boa parte do mulherio que clama por um companheiro,
afinal nos dias de hoje convenhamos que ou o cavalo ou a capa já são capazes de
fazer algumas mulheres gladiarem intensamente entre si.
Mas como toda história
tem um “mas”, depois de alguns anos essas características já não são mais suficientes.
Normalmente nesta
altura do relacionamento esta mulher já atingiu o ápice de suas preferências e
não se contenta mais com nada que seja taxado como mediano. Somos assim, o
medíocre nos apavora!
Essa mulher deseja sim
esta estabilidade que o cara legal traz na bagagem, deseja seu colo calmo com
um rio, mas também quer ser amada por um cafajeste, mas um cafajeste culto e
cheio de charme, que seja imprevisível como o mar.
Sabemos que o mar pode
nos afogar, mas pagamos pra ver.
E esse é o caminho
natural das coisas, não é necessário construir um calabouço para as mulheres
que clamam por seres evoluídos, que leiam, e que gostem de teatro e que reparem
em letras de músicas magnificas.
Também não devemos
mandar para a forca esses homens que acreditam e continuarão acreditando que a
capa que o cavalo são capazes de sustentar qualquer relação pela eternidade.
Posto isto o que temos?
Homens que se acham verdadeiros heróis e mulheres infelizes com suas
expectativas frustradas em tantos ângulos que daria um livro.
O que fazer? O que
tiramos de tudo isso?
Primeiramente que o
carinha que definiu que homens são de Vênus e mulheres de Marte, ou vice versa,
tem toda razão!
Por fim, devemos só nos
atentar para um fato relevante, os peixes não voam!!
Devemos valorizar o que
cada um tem de bom e não esperar que da noite para o dia o outro comece a fazer
coisas extraordinárias somente em nome da nossa felicidade.
Se sua felicidade
consiste em ter um homem ao seu lado que seja um ótimo chefe de família, um
homem honesto e trabalhador, você terá que procurar alternativas para sua vida
social não desaparecer.
E pode acreditar essas alternativas
existem, as amigas são ótimas para suprir esses espaços, muitas vezes verdadeiros
abismos.
Só fique atenta para
não perder o foco, você está feliz com sua vida e só quer se distrair e não
abrir mão de coisas que acha importante.
Agora se você realmente
quer encontrar um parceiro para viajar para Roma, conhecer o centro de Buenos
Aires a pé e entrar em cada viela que você achar um fascínio, ah então amada
você deverá investir pesado em sua vida profissional e ser completamente
independente, pois esses homens de intelecto feminino geralmente também trazem
na bagagem um traço de liberdade que o impedirá de ser um bom pai ou um exímio
chefe de família.
Cada pessoa tem sua
peculiaridade, e fazer de uma pessoa a sua única fonte de alegria e realização
pessoal é realmente muito arriscado.
Não estou dizendo que
não exista neste mundo um só homem capaz de reunir as qualidades que precisamos
com as que queremos, deve sim existir, mas como diz um Pastor cheio de graça (Pastor
Claudio Duarte) se você o encontrar deixe este homem em paz! Ele merece ser
feliz.
Angélica Marques
segunda-feira, 21 de julho de 2014
GOSTARIA DE SUMIR?
Você está
preparado para receber tudo o que pede? Preparado para receber o que deseja o
que anseia todos os dias?
Desde os pedidos
mais simples aos mais bruscos que você pede na hora da raiva?
Será que você
está preparado para ser atendido quando grita em alto e bom som: Eu quero
sumir! Seria esta mesma a sua vontade?
Estamos
acostumados a querer de mais e a valorizar de menos.
Nossa vida se
resume em desejar.
Quando crianças
desejamos crescer. Na adolescência desejamos não ter espinhas, ter aquele amor
impossível, desejamos que nossos pais saiam do nosso pé, desejamos um belo
corpo, etc.
Na vida adulta,
antes mesmo de perceber que cá estamos e sem nenhum sinal de gratidão por
termos ultrapassado mais uma fase, já mudamos totalmente nosso panorama de
vida.
As espinham já
se foram, aquela paixão platônica se não nos matou ou deixou graves sequelas,
também desapareceu, e quase sempre nos diverte quando lembramos.
E a partir dai
nossos desejos são mais pretenciosos, desejamos ter uma bela casa, um bom
carro, o corpo perfeito ainda nos atrai, e é claro, desejamos o emprego ideal
com um salário milionário.
Mas não há nada
de errado em querer todas essas coisas. Boa parte delas, se não todas, eu
também desejo, o problema é que quando alcançamos tudo, ou parte disso, estas
conquistas não preenchem nossa vida, não nos faz feliz como achávamos que
fariam.
Eu já quis
tantas coisas, eu já quis tantas pessoas, já quis bens materiais e até mesmo
sumir, e hoje, em primeiro lugar, agradeço por não sido atendida em meu desejo
de sumir. Eu nunca quis sumir de verdade.
Agradeço também
por não ter conseguido manter ao meu lado algumas pessoas, Deus sabe o mal que
me fariam. Eu não sei, nada sabemos na verdade, mas Ele sabe de tudo e nos
preserva dos nossos desejos vazios, baseados em caprichos e vaidades.
Como seria nossa
vida se tudo aquilo que pedimos estivesse ao nosso alcance? Provavelmente, uma
catástrofe.
Acho que um
excelente exercício seria olhar para tudo o que nem sequer tivemos a ousadia de
desejar e que se estabeleceu em nossa vida, e agradecer por isso.
Desejar, querer,
lutar é, sim, um excelente combustível para a nossa vida, nos move e nos faz
alcançar objetivos e crescer em vários aspectos. Não estou me opondo a isto.
O que nos falta
é ter objetividade no que queremos e saber enxergar nossas vitórias diárias.
Não baseie sua
vida em um “SE”: se eu tivesse, se eu pudesse, se eu conseguisse, se você
viesse, e outros tantos “SE” que nos acorrentam e nos afastam da paz que
necessitamos para realmente efetivar nossos projetos.
Aliás, eu amo
esta palavra, “projeto”. Acredito que é mais positiva e mais palpável que “desejo”.
Um truque bacana
que vem funcionando na minha vida, e vou compartilhar com vocês.
Não
necessariamente em janeiro, ou no dia primeiro, mas, uma vez por ano, eu faço
uma lista de projetos, em um circulo no meio de uma folha eu coloco o ano, e
vou puxando setas para, em círculos menores elencar os meus projetos.
A graça não é
necessariamente fazer o mapa de projetos para o seguinte ano. A graça é olhar
esse mapa no ano seguinte e avaliar, riscar o que foi realizado, escrever ao
lado de cada balãozinho que foi cumprido parcialmente, o que falta, ou que
passou daquilo.
Faça seu mapa de
projetos sim, expresse nele o que pretende em sua vida. Isso é importante para
você se organizar, mas não se esqueça de olhar uma segunda vez para esse mapa e
reavaliar cada balãozinho.
Em uma folha em
branco cabem muitas coisas, Projete-se! Seja feliz com o possível.
Angélica Marques
domingo, 20 de julho de 2014
sexta-feira, 18 de julho de 2014
SÓ UM TAPINHA NÃO DÓI!
Espada de São
Jorge, borrachinha de chuveiro, vara de marmelo, cinto de couro, chinelo e uma
infinidade de objetos que só as mães sabem escolher.
Todos esses
instrumentos, segundo meu entendimento, são essenciais para implantar o significado
da palavra NÃO para os pequeninos.
Recentemente
assistimos o caso de um garoto que foi assassinato cruelmente pela madrasta e,
possivelmente, com a anuência do próprio pai. Bom, e assim se implantou a
polêmica.
É importante
diferenciar ao “tapa limitador” de um ato de agressão praticado contra uma
criança indefesa. Repudio qualquer tipo de violência, ainda mais praticada
contra uma pessoa que não tem condições de se defender, mas vamos e venhamos,
se com uma condução rigorosa as crianças já resistem às regras, imaginem sem.
Foi aprovada,
devido à polêmica gerada pelo caso citado, a ”Lei Menino Bernardo”, que visa
colocar mais uma responsabilidade na conta do Estado, ou seja, mais uma coisa
que vai virar processo, a educação de uma criança será delineada pelo “pode,
não pode” do Poder Judiciário!
A meu ver, um
pai que deixa de corrigir seu filho no tempo correto e na proporção da sua
transgressão é que deveria ser punido, pois este pai está entregando a
sociedade um individuo sem limites e que não está acostumado a lidar com as
consequências de seus atos.
Acho que
experimentei todos os tipos de chinelos disponíveis no mercado na minha
infância, e o que isso me gerou não foram traumas, mas sim ensinamentos e
limites que carrego até hoje em minha vida.
O Estado não
pode e não deve interferir na escolha dos pais em relação ao método adotado
para conduzirem a educação dos seus filhos, pelo menos enquanto esse mesmo
Estado não tiver competência para, no mínimo, instruir a população a controlar
a quantidade de filhos que tem.
Particularmente
conheço um pouco sobre leis e garanto que já existem leis que protegem as
pessoas contra violência, seja ela praticada contra crianças ou adultos, pelos
seus pais ou por qualquer outra pessoa.
Até acho válido
a mídia estar atenta a casos de violência e noticiar esses expoentes que tanto
nos espantam de tempo em tempo, mas dai a criar uma lei assim, no calor da
discussão, eu acho que é potencializar o problema.
A ideia é bem
intencionada e parece um bálsamo diante a barbárie assistida nos telejornais,
mas vejamos; quem irá dosar o que pode e o que não pode?
O pai que grita
agride menos uma criança do que o pai que bate?
Se a criança
chorar muito a pena será maior?
A correção não
causa traumas, a correção ensina princípios. E não pode nem deve ser reprimida.
É dever da
família nortear os seus para que possam viver em sociedade. Caso contrário, se
um pai não tiver mais o direito de corrigir seu filho da maneira que julgar
adequada, o que esse pai fará diante a rebeldia do infante? Vai entrar com um
processo por desacato a autoridade contra seu filho?
Acho que um
velho ditado sempre cai bem: roupa suja se lava em casa.
Por aqui, ainda
fico no chacoalhão, mas por experiência própria confesso que as chineladas que
levei nunca doeram tanto assim. Doem mais as que levo hoje nesse mundão sem
porteira.
Angélica
Marques.
quarta-feira, 16 de julho de 2014
Passageiros
Consideramos nosso
caminho tão importante, nossas escolhas tão definitivas, nossos
"sins" tão arriscados, nossas renúncias tão heroicas.
Na verdade somos
meros passageiros de um trem que nunca para, e nosso ponto vai chegar.
Aproveite a viagem!
Aproveite a viagem!
terça-feira, 15 de julho de 2014
OUTRA VEZ...
E de repente começa outra vez, a dor, a lágrima fácil e aquele
aperto no peito.
Mas dessa vez, eu não vou correr pra você injustiçada com a
tua ausência e reclamando direitos que nunca tive, dessa vez ficaremos bem
aqui, só eu a tua ausência, ao menos é algo de você que não me deixa nunca.
Também não vou jurar que nunca mais te grito, até porque nem
quero isso, vou ficar aqui torcendo para esse amor próprio ser sufocado pela
saudade e sucumbir.
Angélica Marques.
Angélica Marques.
O FIM DO MUNDO
Acho péssimo o habito de
reclamar, as lamentações mesmo que motivadas geralmente não costumam render
resultados práticos, e no ritmo que vivemos não temos mais o direito de ser
antiproducentes. Mas preciso reclamar um pouco agora, e já que não pretendo ir
as ruas com cartazes e queimar bandeiras, seguirei com meu instrumento não
menos poderoso: As palavras!
Tudo anda mal, tudo
anda a beira do fim, o panorama de “tudo” é assustador.
A economia do Brasil
nunca esteve tão confusa, economistas falam em cautela, alguns sociólogos
enxergam uma mudança de postura do consumidor, o consumidor caminha
freneticamente contra todos os estudos, e eu só vejo meu carrinho de compras
cada vez mais caro e mais vazio.
A educação está uma
calamidade, outro dia vi um post onde uma suposta questão de uma prova mencionava
a funkeira Walesca Popozuda, intitulando-a como pensadora contemporânea (e eu
ainda tenho que escrever isso com letra maiúscula), achei até engraçado, mas quando
fui conferir era mesmo verdade, perdeu a graça na hora, meu Deus, onde valos
parar?
Se o que é esperado que
nossos jovens saibam é o que parafraseia uma figura dessas, eu não sei de mais
nada, só penso em levar meus filhos para bem longe daqui.
A música é um caso de
policia, outro dia fiquei com as bochechas vermelhas ao prestar atenção a letra
de uma delas, fiquei em uma situação realmente vexatória em estar ao lado de
uma pessoa idosa que também fora submetida a tamanho escracho.
Não existe mais sensualidade,
mas sim uma sexualidade abusada e exagerada, tudo gira em torno de sexo, uma
sexualidade gratuita e vazia.
As mulheres nunca foram
tão desvalorizadas e humilhadas, e esse fato nem me assusta, pois
historicamente sabemos lidar com isso, o que me apavora é que essa falta de
respeito é vista pela maioria com naturalidade, isso sim é o fim dos tempos.
Os valores estão
invertidos completamente, posicionamentos mais conservadores estão sendo
rotulados como preconceituosos e até ganham status de crime em alguns casos,
enquanto crimes em diversas esferas estão sendo considerados como exercício de
liberdade. Eu particularmente chamaria de libertinagem, um abuso da liberdade.
Dizem que as coisas antes
de melhorar pioram muito, se o ditado for verdadeiro, e nesse momento eu espero
que seja, então devemos estar próximos a algo que nos salve dessa libertinagem
cultural e emocional que estamos vivendo, até porque não consigo ver
possibilidade de piora.
Não se trata de ser
careta ou querer parecer politicamente correta, se trata de medo mesmo, eu
nunca vi tamanha desproporcionalidade entre direitos e deveres, e isso está
acontecendo de uma forma geral, em todos os cantos.
Falaram tanto do fim do
mundo, traçaram mapas e estudaram teorias milenares, olhamos para frente e para
traz, mas esquecemos de olhar para o lugar certo, esquecemos de olhar para o
presente, e é aqui que mora o fim, acho mesmo que estamos vivendo o fim do
mundo, o fim do nosso mundo.
E olha como facilitamos
as coisas, nem foi preciso água nem fogo, nós mesmos estamos nos destruímos sem
ajuda de nada nem de ninguém.
Viva a liberdade!
Angélica Marques
segunda-feira, 14 de julho de 2014
domingo, 13 de julho de 2014
BAIRRISTA
Certa vez ouvi
de um conhecido a seguinte frase: “Eu sou muito bairrista mesmo, amo a minha
cidade e jamais sairia daqui”.
Confesso que na
ocasião achei a afirmação um pouco limitada, afinal, existem tantos lugares
lindos, tantas oportunidades, tantos horizontes.
Naquele momento
vi na afirmação um pouco de apego, uma certa limitação do ser.
Mas agora, vejo
com outros olhos o que ouvi naquele dia.
Eu já morei em
quatro cidades da região, e conheço quase todas as outras, e particularmente eu
gosto muito de onde eu moro.
Nem por um
decreto entrarei se quer por um instante em questões politicas, embora eu me
sinta tentada.
Nós temos o
péssimo hábito de gostar de tudo que é “de fora”, ao mais leve sinal de feriado
logo partimos daqui para gastar todo o dinheiro que não temos em outras
cidades.
É claro que não
temos aqui uma estrutura de entretenimento tão desenvolvida como as de algumas
cidades, mas se tivéssemos a história não seria outra.
Nós não temos
amor as nossas coisas e nos deixamos iludir pelas luzes dos vizinhos, por mais
forte que seja a nossa.
Sabe aquele
ditado “a grama do vizinho é sempre mais verde”? acho que sofremos dessa
síndrome.
Achamos um
absurdo os preços de tudo por aqui, mas quando estamos em Ribeirão ou em alguma
outra cidade não nos importamos em pagar quarenta, cinquenta reais para entrar
em um bar, enquanto os nossos bares fecham por falta de clientes.
Por aqui temos
excelentes cantores, violeiros, bandas maravilhosas que só fazem sucesso quando
vão embora daqui, e tudo por que? Simples, porque não amamos o que é nosso.
Diariamente
compartilhamos fotos de crianças, animais, e outras tragédias que nem sabemos
se são mesmo verdadeiras. No entanto, ninguém se empenha suficientemente a
divulgar o post sobre o desaparecimento, a mais de 90 dias, de um bebedourense.
Tudo bem que
somos sim atraídos por coisas boas, eventos grandes e opções de compras mais
diversificadas, mas se dermos quórum às coisas realizadas aqui, com certeza
mais coisas virão, e cada vez serão melhores e maiores em relação à qualidade e
também a quantidade.
Precisamos ser bairristas.
Temos tantas
coisas boas em nossa cidade e não sabemos dar valor, temos não uma, mas sim
duas faculdades aqui, e ambas com excelência no que se propõem.
Sou formada em
Direito pelo Instituto Municipal de Ensino Superior Victório Cardassi, o IMESB,
e tenho muito orgulho disso.
Esta faculdade
Municipal me preparou, e me deu condições para ser aprovada no Exame de Ordem
antes mesmo de concluir o curso, e eu me orgulho muito disso.
Conheço no
mínimo umas 10 pessoas formadas em grandes universidades que não conseguiram
até hoje a aprovação.
Não desmerecendo
uma ou outra, mas o que eu quero dizer é que temos tudo aqui, só depende de nós
fazermos uso do que é nosso, e com a consciência de que estamos bem amparados.
Precisamos ser
bairristas, e bairristas ferrenhos. Participar mais das coisas que temos por
aqui, e defender o que é nosso.
Bebedouro é
nossa, e, problemas a parte, temos que nos conscientizar que uma cidade é feita
de pessoas, e se você julga o local onde você mora como ruim, você tem que no
mínimo se incluir nisso.
Angélica
Marques.
sexta-feira, 11 de julho de 2014
PAIXÃO
O que faz de
alguém melhor aos nossos olhos?
O que faz uma
pessoa entre tantas outras especial aos nossos sentidos, todos eles.
O que faz
de um simples cheiro (às vezes até de um perfuminho barato) nos inebriar?
O que faz de
certos defeitos motivos de admiração?
Pouco sei sobre essas respostas, mas
confesso que todas essas perguntas me assolam.
Entre tantas
pessoas elegemos apenas uma para que seja o senhor (senhora) da nossa razão,
para que mande e desmande em nossas vontades e nos faça acreditar que estamos felizes
ou não.
Algumas pessoas
chamam de paixão, há quem acredite que se trate de uma doença, diz a escritora Danuza
Leão que existem clínicas especializadas nos Estados Unidos onde os
“apaixonados” podem se internar até que se tenha de volta o juízo normal.
Particularmente
acredito que é mesmo uma doença essa tal paixonite, um sentimento insano que
nos rouba simplesmente o essencial a nossa existência.
Mas, se é tão
ruim, por que nos faz tão feliz? Se é tão ruim por que ao longo de nossas vidas
quando ficamos algum tempo sem desfrutar deste sentimento nos sentimos vazios? Incompletos?
Por outro lado
não pode ser bom se nos rouba o juízo, se nos tira a dignidade e o amor próprio e
quase sempre a paz.
Esse é um texto
de perguntas, somente perguntas, e lá vai mais uma: Quantas vezes passamos por
isso nesta vida? Quantas vezes somos capazes de suportar a total ausência de
juízo? De ver furtados nossos sentidos?
Quantas vezes
nosso coração é capaz de se partir em mil pedaços? E depois de partido, ele volta à forma
original?
Quanto às respostas
digo que só podem ser buscadas em uma mesa regada a algo tão forte quanto á dor
de cada um, eu particularmente não as tenho, e sinceramente não pretendo tê-las,
nuca! Jamais!
Ignorando essas
respostas podemos viver plenamente esse sentimento, e deixar que esse tsunami
arraste para longe todas as nossas certezas.
A paixão
obviamente não tem ligação nenhuma com o amor, assim como muito sabiamente
disse Arnaldo Jabor e cantarolou Rita Lee, o amor é cristão e o sexo é pagão.
Amor, sexo,
paixão, o certo mesmo é jamais misturar isso, nem um com o outro e nem o outro
com um, nada! Cada um no seu espaço, fazendo seu papel.
Falando em
papel, o amor tem seu papel, um ilustre convidado em nossas vidas, o sexo ainda
mais... Mas a paixão, para que serve mesmo?
Seres
apaixonados são desprovidos de seus sentidos e são capazes de ignorar até as
leis da física, da química e até as leis dos homens.
Ora excelência,
o ato fora cometido por paixão! E para isso deve ter perdão!
Até a lei se curva
diante a insanidade que acomete os apaixonados, sendo assim vejo pouca esperança
de equacionar esse sentimento.
Angélica Marques
quinta-feira, 10 de julho de 2014
ESPERANÇA
A palavra já vem cheia de promessas, cheia de doçura e de
juras, a ideia de esperança nos leva, para o bem e também para outros rumos.
Culturalmente só vemos o lado bom dela, a esperança tanto
pode nos levar a alçar voos mais altos, nos encorajar, quanto afundar-nos nos mais
sombrios abismos.
Esse sentimento cultivado como positivo também pode nos causar
embaraços, e às vezes nos impedir de seguir em frente quando isso é necessário.
A esperança oferece um amparo indiscriminado ao nosso querer
e por vezes esse amparo vem de encontro a alguns casos que já não oferece mais
nenhuma condição de sucesso.
A entrega é importante, a persistência idem, mas seguir em
frente é essencial.
A entrega incondicional acontece principalmente quando queremos muito alguma
coisa, quase sempre corremos o risco de ficarmos obcecados e nos debruçar em um
falso sentimento de motivação.
Lembrando que a motivação nutriu tanto belos feitos da
humanidade quanto os mais impuros.
Para fazer brotar um sentimento de esperança basta uma boa palavra amiga, um ombro verdadeiro, uma doce faísca de luz e boas expectativas.
Todos nós adoramos trazer alguma esperança para
o próximo, trazer essa faísca motivadora.
Mas em contrapartida o que faz morrer a
esperança? O que apaga a chama? O que abala nossas expectativas? E quando se
faz necessário esse chamamento a realidade, quem o faz? Quem se arrisca a ser o
destruidor de sonhos, o destruidor de possibilidades, quem tem coragem de ser o
balde de agua fria?
Na busca pelo autoconhecimento é importante
saber os limites dos nossos sentimentos, saber exatamente o que nos move e o
que nos trava.
Para dominar nossos sentimentos e lidar com nossos desafios é importante saber como despertar o melhor em nós, como despertar o melhor do outro, esse conhecimento é a única ponte que existe neste abismo de emoções que somos, e manter essa ponte robusta e fincada em um bom terreno é muito inteligente.
Com o passar do tempo percebo que um carro veloz e potente se torna uma verdadeira arma se não tiver bons freios, a esperança é o combustível para a nossa vida, e os freios somente são desenvolvidos após várias colisões.
Não se trata de amargura ou falta de fé, se trata de maturidade, se trata de ponderação, preservação pessoal.
Nada contra a esperança, só é necessário
cautela com o nevoeiro que vem com ela, este nevoeiro pode encobrir algumas
curvas perigosas.
Temos que tomar muito cuidado onde investimos
nossas energias, onde apostamos nossas fichas, porque apesar de todos falarem
que a vida é curta, eu acrescentaria a essa característica de tempo outra, a
vida além de curta é também única. E por ser única requer certos cuidados.
O tempo que dedicamos a estarmos felizes é o
que nos move para todo o resto, nos move para o trabalho, nos move para o amor,
nos move para ter compaixão e para evoluir, e isso é muito bom.
Para não ser atingido por este nevoeiro temos
que estar sempre atentos, e avaliar o momento certo, tanto para mergulhar de
cabeça em um projeto, quanto para sair dele sem olhar para trás.
Desistir de algo soa com um tom de fracasso,
mas nem sempre é assim, e infelizmente só teremos essa visão depois de largos
passos a frente, largos e dolorosos passo que damos em sentido contrário dos
nossos desejos.
Saber chegar é tão importante quanto saber
partir, e lembrando sempre que o final sempre precede um novo início.
Não é de bom tom deixar a teimosia ser rotulada
como esperança, deixar a insistência vazia e marrenta ser chamada de tentativa.
Muitas vezes lutamos tanto por determinada
coisa que no meio da luta aquilo nem mais nos interessa e ainda assim pelo
vício, pelo mau hábito continuamos a nos debater, não mais pelo que queríamos,
mas sim para vencer uma batalha inútil.
ANGÉLICA MARQUES
quarta-feira, 9 de julho de 2014
CONSELHOS
CONSELHOS
Em
pauta aqueles conselhos que sempre buscamos quando passamos por uma situação
qualquer, concluo, mesmo que prematuramente que são sempre inúteis.
Peço
perdão pela conclusão seca e indócil, mas isso me toma neste momento.
Nomeamos
pessoas comuns, mortais, pecadores como você e como eu, com os mesmos medos e
com as mesmas fraquezas para divagar inutilmente sobre temas que muitas vezes
desconhecem.
Mesmo assim buscamos essas opiniões, receitas, fórmulas
supostamente mágicas de resolver situações pelas quais somos diariamente
submetidos.
Conselhos...
será que é mesmo verdadeiro o ditado? Se fosse bom era vendido. Acho que é
quase isso.
Ninguém está capacitado para indicar o melhor caminho de uma
estrada que desconhece, esses apontamentos além de inúteis podem ser perigosos.
Se colocar no lugar do outro e decidir, mesmo que no campo
das ideias, qual a melhor postura a adotar é um comportamento muito arriscado.
Existem pessoas tão desfocadas da realidade que seguem
exatamente aquilo que lhe é apresentado, sem ponderações, adequações ou
questionamentos. Esse é o grande risco de “palpitar” na vida alheia, conduzir o
outro diretamente para o buraco.
Penso que pedir opinião para outras pessoas é quase um vício,
um hábito que nos liberta da responsabilidade de decidir sobre a própria vida.
Algumas pessoas sabem exatamente o que dizer, na hora certa,
para a pessoa certa, esta habilidade muitas vezes é confundida com sensatez,
porem, não passa de um dom com as palavras, e o fato de dizer coisas agradáveis
e fazer pontuações adequadas não significa estar habilitado para indicar
caminhos a serem seguidos.
É evidente e até bíblico que devemos nos orientar a respeito
de alguns assuntos relevantes, o livro de Salomão, por exemplo, é todo baseado
nesta teoria, de que devemos nos aconselhar com os mais sábios a respeito de
temas que desconhecemos, lembrem-se, com os “mais sábios”.
O fato é que nossos critérios para a escolha de nossos
conselheiros são rasos e desprovidos do cuidado que essa atitude requer, ao
pedir um conselho mesmo que você não entre em detalhes sobre o problema, você
estará expondo sua intimidade e na maioria das vezes a intimidade de outra
pessoa envolvida.
E uma vez que sua vida cai na roda das opiniões, como brecar
esse fenômeno? Impossível.
Limite a quantidade de pessoas as quais você expõe a sua
vida, e ao eleger essa pessoa leve em conta quem ela elegerá para contar tudo
que acabou de ouvir.
Estamos sempre buscando no outro as respostas para nossas
questões.
É assustador pensas nisso, se não nos apegarmos a esses paliativos somos obrigados a assumir o leme de nossas vidas, somos obrigados a admitir que somos senhores da nossa razão, e ainda que todas as consequências dos nossos atos recairão exclusivamente sobre nós, únicos culpados por nossas escolhas, sendo essas escolhas sugestionadas ou não.
É assustador pensas nisso, se não nos apegarmos a esses paliativos somos obrigados a assumir o leme de nossas vidas, somos obrigados a admitir que somos senhores da nossa razão, e ainda que todas as consequências dos nossos atos recairão exclusivamente sobre nós, únicos culpados por nossas escolhas, sendo essas escolhas sugestionadas ou não.
Angélica Marques
terça-feira, 8 de julho de 2014
As cartas que eu não mandei - (trecho)
Angélica Marques
segunda-feira, 7 de julho de 2014
Um Ex amigo.
Um ex-amigo.
Os amigos
certamente foram criados para nos ajudar a suportar certas fases das nossas
vidas sem enlouquecer completamente. Embora eu tenha alguns que colaboram com
minha insanidade.
Algo nos leva a
eleger uma pessoa entre tantas, somente para “querer bem”, a amizade é um amor
diferente, maior, menor, enfim, a amizade é um sentimento muito doce que se
preservado pode nos proporcionar momentos ótimos de cumplicidade.
Conheço muitas
pessoas que trocam muito de amigos, hora estão com uma turma, hora com outra, e
quando questionadas sobre os velhos amigos, simplesmente dizem que se
afastaram.
Não vejo
problemas em conhecer novas pessoas estar com novas tribos, mas eu
particularmente tenho poucos amigos, contabilizo em uma de minhas mãos.
Essas pessoas
que elegi como amigos de verdade são pessoas totalmente diferentes, nunca notei
nenhum traço de semelhança na personalidade delas, a única coisa em comum é que
são absolutamente amadas, só isso.
A primeira
pessoa eleita compartilha comigo a minha vida a mais de 20 anos, e as outras
estão também nesta faixa.
Me questiono se
ficamos mais seletivos com o passar do tempo ou se as pessoas andam fechadas para
esse tipo de relacionamento.
Quando temos um
amigo de verdade tudo nele nos afeta, todo o sofrimento que esta pessoa passa
nos atinge, nos aflige, queremos realmente o seu bem.
Diferente do
amor entre homem e mulher, onde a única coisa que nos interessa é a presença
física do ser amado, estando ele feliz ou não.
No entanto mesmo
tendo vivido boas fases de nossas vidas ao lado dessas pessoas, essa relação
passa por muitas mudanças, e isso nem sempre é bom.
Nós, seres
humanos, estamos submetidos a uma série de desafios diário, experiências e
sofrimentos que vão nos moldando e construindo, ou destruindo, nosso caráter.
Essa construção
é individual e intransferível, mesmo você estando dia a dia com alguém
certamente irão evoluir de forma distinta, cada um em seu ritmo.
E um belo dia
você em um bate papo informal com aquela pessoa tão querida, você percebe que as
afinidades já não existem e que não partilham mais pontos de vista.
Isso é
geralmente um choque, sofrível por vezes, afinal está pessoa é parte de você.
Diz a escritora
Danuza Leão que é necessário um “recadastramento” dos amigos, assim como em
bancos, quando li a frase discordei completamente, porque levei ao pé da letra.
Mas hoje guardadas as devidas proporções, acho que o dia a dia se encarrega
deste recadastramento, a seleção é inevitável.
Velhos amigos
são um privilégio, porém devemos lembrar sempre que cada um teve suas
experiências e suas próprias batalhas.
Não devemos
esperar que nossos velhos amigos estejam sempre antenados as nossas ideias e
aos nossos ideias de vida, afinal o caminho percorrido foi diferente.
E a dica não
poderia ser diferente, seja razoável com seu julgamento, tente entender que
tudo muda e seu amigo não é diferente das outras pessoas.
E para
finalizar, não espere que o outro faça o mesmo por você, afinal estamos falando
de um EX amigo.
Angélica Marques
domingo, 6 de julho de 2014
Um ex-amigo.
Um ex-amigo.
Os amigos certamente foram criados para nos ajudar a suportar certas fases das nossas vidas sem enlouquecer completamente. Embora eu tenha alguns que colaboram com minha insanidade.
Algo nos leva a eleger uma pessoa entre tantas, somente para “querer bem”, a amizade é um amor diferente, maior, menor, enfim, a amizade é um sentimento muito doce que se preservado pode nos proporcionar momentos ótimos de cumplicidade.
Conheço muitas pessoas que trocam muito de amigos, hora estão com uma turma, hora com outra, e quando questionadas sobre os velhos amigos, simplesmente dizem que se afastaram.
Não vejo problemas em conhecer novas pessoas estar com novas tribos, mas eu particularmente tenho poucos amigos, contabilizo em uma de minhas mãos.
Essas pessoas que elegi como amigos de verdade são pessoas totalmente diferentes, nunca notei nenhum traço de semelhança na personalidade delas, a única coisa em comum é que são absolutamente amadas, só isso.
A primeira pessoa eleita compartilha comigo a minha vida a mais de 20 anos, e as outras estão também nesta faixa.
Me questiono se ficamos mais seletivos com o passar do tempo ou se as pessoas andam fechadas para esse tipo de relacionamento.
Quando temos um amigo de verdade tudo nele nos afeta, todo o sofrimento que esta pessoa passa nos atinge, nos aflige, queremos realmente o seu bem.
Diferente do amor entre homem e mulher, onde a única coisa que nos interessa é a presença física do ser amado, estando ele feliz ou não.
No entanto mesmo tendo vivido boas fases de nossas vidas ao lado dessas pessoas, essa relação passa por muitas mudanças, e isso nem sempre é bom.
Nós, seres humanos, estamos submetidos a uma série de desafios diário, experiências e sofrimentos que vão nos moldando e construindo, ou destruindo, nosso caráter.
Essa construção é individual e intransferível, mesmo você estando dia a dia com alguém certamente irão evoluir de forma distinta, cada um em seu ritmo.
E um belo dia você em um bate papo informal com aquela pessoa tão querida, você percebe que as afinidades já não existem e que não partilham mais pontos de vista.
Isso é geralmente um choque, sofrível por vezes, afinal está pessoa é parte de você.
Diz a escritora Danuza Leão que é necessário um “recadastramento” dos amigos, assim como em bancos, quando li a frase discordei completamente, porque levei ao pé da letra. Mas hoje guardadas as devidas proporções, acho que o dia a dia se encarrega deste recadastramento, a seleção é inevitável.
Velhos amigos são um privilégio, porém devemos lembrar sempre que cada um teve suas experiências e suas próprias batalhas.
Não devemos esperar que nossos velhos amigos estejam sempre antenados as nossas ideias e aos nossos ideias de vida, afinal o caminho percorrido foi diferente.
E a dica não poderia ser diferente, seja razoável com seu julgamento, tente entender que tudo muda e seu amigo não é diferente das outras pessoas.
E para finalizar, não espere que o outro faça o mesmo por você, afinal estamos falando de um EX amigo. Angélica Marques.
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