Acho péssimo o habito de
reclamar, as lamentações mesmo que motivadas geralmente não costumam render
resultados práticos, e no ritmo que vivemos não temos mais o direito de ser
antiproducentes. Mas preciso reclamar um pouco agora, e já que não pretendo ir
as ruas com cartazes e queimar bandeiras, seguirei com meu instrumento não
menos poderoso: As palavras!
Tudo anda mal, tudo
anda a beira do fim, o panorama de “tudo” é assustador.
A economia do Brasil
nunca esteve tão confusa, economistas falam em cautela, alguns sociólogos
enxergam uma mudança de postura do consumidor, o consumidor caminha
freneticamente contra todos os estudos, e eu só vejo meu carrinho de compras
cada vez mais caro e mais vazio.
A educação está uma
calamidade, outro dia vi um post onde uma suposta questão de uma prova mencionava
a funkeira Walesca Popozuda, intitulando-a como pensadora contemporânea (e eu
ainda tenho que escrever isso com letra maiúscula), achei até engraçado, mas quando
fui conferir era mesmo verdade, perdeu a graça na hora, meu Deus, onde valos
parar?
Se o que é esperado que
nossos jovens saibam é o que parafraseia uma figura dessas, eu não sei de mais
nada, só penso em levar meus filhos para bem longe daqui.
A música é um caso de
policia, outro dia fiquei com as bochechas vermelhas ao prestar atenção a letra
de uma delas, fiquei em uma situação realmente vexatória em estar ao lado de
uma pessoa idosa que também fora submetida a tamanho escracho.
Não existe mais sensualidade,
mas sim uma sexualidade abusada e exagerada, tudo gira em torno de sexo, uma
sexualidade gratuita e vazia.
As mulheres nunca foram
tão desvalorizadas e humilhadas, e esse fato nem me assusta, pois
historicamente sabemos lidar com isso, o que me apavora é que essa falta de
respeito é vista pela maioria com naturalidade, isso sim é o fim dos tempos.
Os valores estão
invertidos completamente, posicionamentos mais conservadores estão sendo
rotulados como preconceituosos e até ganham status de crime em alguns casos,
enquanto crimes em diversas esferas estão sendo considerados como exercício de
liberdade. Eu particularmente chamaria de libertinagem, um abuso da liberdade.
Dizem que as coisas antes
de melhorar pioram muito, se o ditado for verdadeiro, e nesse momento eu espero
que seja, então devemos estar próximos a algo que nos salve dessa libertinagem
cultural e emocional que estamos vivendo, até porque não consigo ver
possibilidade de piora.
Não se trata de ser
careta ou querer parecer politicamente correta, se trata de medo mesmo, eu
nunca vi tamanha desproporcionalidade entre direitos e deveres, e isso está
acontecendo de uma forma geral, em todos os cantos.
Falaram tanto do fim do
mundo, traçaram mapas e estudaram teorias milenares, olhamos para frente e para
traz, mas esquecemos de olhar para o lugar certo, esquecemos de olhar para o
presente, e é aqui que mora o fim, acho mesmo que estamos vivendo o fim do
mundo, o fim do nosso mundo.
E olha como facilitamos
as coisas, nem foi preciso água nem fogo, nós mesmos estamos nos destruímos sem
ajuda de nada nem de ninguém.
Viva a liberdade!
Angélica Marques
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