terça-feira, 15 de julho de 2014

O FIM DO MUNDO

Acho péssimo o habito de reclamar, as lamentações mesmo que motivadas geralmente não costumam render resultados práticos, e no ritmo que vivemos não temos mais o direito de ser antiproducentes. Mas preciso reclamar um pouco agora, e já que não pretendo ir as ruas com cartazes e queimar bandeiras, seguirei com meu instrumento não menos poderoso: As palavras!
Tudo anda mal, tudo anda a beira do fim, o panorama de “tudo” é assustador.
A economia do Brasil nunca esteve tão confusa, economistas falam em cautela, alguns sociólogos enxergam uma mudança de postura do consumidor, o consumidor caminha freneticamente contra todos os estudos, e eu só vejo meu carrinho de compras cada vez mais caro e mais vazio.
A educação está uma calamidade, outro dia vi um post onde uma suposta questão de uma prova mencionava a funkeira Walesca Popozuda, intitulando-a como pensadora contemporânea (e eu ainda tenho que escrever isso com letra maiúscula), achei até engraçado, mas quando fui conferir era mesmo verdade, perdeu a graça na hora, meu Deus, onde valos parar?
Se o que é esperado que nossos jovens saibam é o que parafraseia uma figura dessas, eu não sei de mais nada, só penso em levar meus filhos para bem longe daqui.
A música é um caso de policia, outro dia fiquei com as bochechas vermelhas ao prestar atenção a letra de uma delas, fiquei em uma situação realmente vexatória em estar ao lado de uma pessoa idosa que também fora submetida a tamanho escracho.
Não existe mais sensualidade, mas sim uma sexualidade abusada e exagerada, tudo gira em torno de sexo, uma sexualidade gratuita e vazia.
As mulheres nunca foram tão desvalorizadas e humilhadas, e esse fato nem me assusta, pois historicamente sabemos lidar com isso, o que me apavora é que essa falta de respeito é vista pela maioria com naturalidade, isso sim é o fim dos tempos.
Os valores estão invertidos completamente, posicionamentos mais conservadores estão sendo rotulados como preconceituosos e até ganham status de crime em alguns casos, enquanto crimes em diversas esferas estão sendo considerados como exercício de liberdade. Eu particularmente chamaria de libertinagem, um abuso da liberdade.
Dizem que as coisas antes de melhorar pioram muito, se o ditado for verdadeiro, e nesse momento eu espero que seja, então devemos estar próximos a algo que nos salve dessa libertinagem cultural e emocional que estamos vivendo, até porque não consigo ver possibilidade de piora.
Não se trata de ser careta ou querer parecer politicamente correta, se trata de medo mesmo, eu nunca vi tamanha desproporcionalidade entre direitos e deveres, e isso está acontecendo de uma forma geral, em todos os cantos.
Falaram tanto do fim do mundo, traçaram mapas e estudaram teorias milenares, olhamos para frente e para traz, mas esquecemos de olhar para o lugar certo, esquecemos de olhar para o presente, e é aqui que mora o fim, acho mesmo que estamos vivendo o fim do mundo, o fim do nosso mundo.
E olha como facilitamos as coisas, nem foi preciso água nem fogo, nós mesmos estamos nos destruímos sem ajuda de nada nem de ninguém.
Viva a liberdade!

Angélica Marques



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