Dia desses me peguei
pensando em uma coisa que me assustou muito, o futuro dos nossos meninos.
Antigamente (meu Deus!)
existia um certo código a respeito do destino dos meninos, eles eram iniciados
na vida profissional, não muito cedo, mas na hora exata.
Na família sempre havia
um profissional disposto a ensinar o oficio aos pequenos, os tios mecânicos
recrutavam para lavar peças, toda a rapaziadinha da família, aos poucos os
meninos começavam a ganhar melhor e logo estavam oficialmente iniciados e
responsáveis, e logo capazes de prover suas próprias necessidades.
E assim acontecia em
várias áreas, sempre alguém que já dominava o ramo, trazia vários dos seus para
um oficio digno.
Bom, dito isto surge a
minha preocupação. Nos dias de hoje raros são os profissionais em quem podemos
confiar, mais raras ainda as pessoas que estão dispostas a transmitir de forma
leal algo que sabem.
Isso somado à má
qualidade da educação que temos em nosso país, é realmente algo muito
preocupante.
Se não há mais pessoas
dispostas e capacitadas a ensinar e o acesso à educação de qualidade é cada vez
mais restrito a quem pode pagar, e pagar muito, que tipo de homens estão sendo
formados?
O que serão nossos
jovens? Quem serão? O que farão e o como vão ganhar a vida, sustentar suas
famílias?
A incapacidade para se
manter e manter uma família não impede que esses jovens constituam famílias, ou
simplesmente tenham filhos. E essas pessoas estão cada vez mais à margem de acessos
básicos como saúde, saneamento, e tantas outras coisas, sem mencionar as
necessidades emocionais, o que tranquilamente daria outro artigo.
Estamos frente a uma
geração sem oportunidades, uma geração que nem se deu conta de que a juventude
não dura pra sempre e que uma hora ou outra, mais cedo ou mais tarde terão que
parar de usar boné de aba larga e vestir-se para o trabalho.
Essa geração wi-fi
ainda não se deu conta que são desapadrinhados, que estão às margens de uma
sociedade que não enxerga.
Mas isso pelo jeito
preocupa somente a mim mesma, pois as novelas e os programas de TV só enfatizam
o contrário, banalizam costumes e princípios familiares como se isso fosse uma
coisa boa.
Estamos frente a um
futuro tenebroso, onde o jovem não tem senso crítico, muitas vezes nem o senso
propriamente dito.
Nascem cada vez mais,
filhos de pais que não tiveram pais, filhos de uma geração que nada aprendeu, e
sendo assim nada podem ensinar.
Filhos do descaso e do
abandono intelectual, sem mencionar as outras tantas faltas que assolam nossos
meninos.
Meninos sem pai,
meninos sem pátria.
Angélica Marques
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