sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Ciclos 3.4


Parte de um fenômeno periódico que se efetua durante certo espaço de tempo.
Nossa vida se resume em ciclos, alguns de dor, outros de amor, outros nem tanto.
E assim vamos construindo nossa história, vivendo ciclos, iniciando e terminando fases.
Hoje em particular termino um ciclo importante da minha vida, um ciclo que teve amor, que teve dor, conquistas e derrotas, decepções e surpresas.
Conheci pessoas novas, conheci novamente pessoas que eu pensava já conhecer, reencontrei pessoas importantes, abandonei algumas que já não eram tão importantes assim, foi um ano de encontros e desencontros. Encontrei a mim mesma.
Dizem que os 33 anos, a idade de Cristo, nos traz sofrimentos, para lembrar a fatídica idade da morte de Jesus, hoje saindo dos 33 concluo que é quase isso mesmo.
Se prestarmos atenção, aos 33 anos Jesus morreu sim, mas também renasceu para a eternidade.
E é exatamente como me sinto, renascida, meus caminhos me parecem mais claros, as pedras que me detiveram parecem menores, os amargos que provei me parecem menos nocivos, as armas que me feriram me parecem menos contundentes.
Por outro lado, meus passos estão mais firmes e minhas cicatrizes menos aparentes.
Existem coisas que não mudam, e isso é bom, o que não mudou foi a certeza de que não sei de nada nesta vida, e a cada dia sei menos, Porém já defini algumas coisas para iniciar esse novo ciclo.
É muito importante saber o que se quer, assim como o que a gente não quer.
Já sei para o que direi sim e para o que direi não.
Não quero ser a Gisele aos trinta, mas adoraria ser a Maitê aos cinquenta.
Não quero ser medalhista em nenhuma categoria de esporte, mas adoraria ter disposição para correr com meus filhos e quem sabe até com meus netos.
Não desejo ser milionária, mas adoraria ter um lugar para molhar meus pés em água salgada, usando um chapéu bem grande e bem lindo.
Não quero ser a melhor profissional da minha área, mas quero, e serei, a melhor para todos aqueles que recorrerem a mim.
Não quero ser respeitada por feitos grandiosos, mas quero muito ser lembrada por coisas que ninguém viu e que poucas pessoas ficaram sabendo.
Não quero ter um milhão de amigos, mas quero manter os que tenho por um milhão de anos.
Quero também continuar a cada dia entendendo menos e acreditando mais nas pessoas, pois só assim é possível prosseguir.
Algumas coisas estão indo embora, tipo o colágeno, e outras vêm chegando aos poucos, porém imbatíveis.
Pretendo aceitar com dignidade essa transição, dignidade e um pouco de botox, só um pouco.
Enfim, outro ciclo, outra fase, outros desafios e outras conquistas a serem buscadas.
Só para lembrar, não podemos dormir no ponto, outro dia mesmo estava cantando a juventude e agora recepcionando a meia idade, o tempo não para.
O tempo, também chamado de o grande juiz, é implacável, resolve muitas coisas e agrava tantas outras, mas se estivermos no mesmo ritmo que ele acho que tudo acaba se ajeitando.
Hoje deixo os trinta e três, e o meu maior motivo para comemorar são as coisas que os trinta e três deixaram em mim.
E para aqueles que dizem que depois dos trinta é só ladeira abaixo, peço que levantem as mãos e aproveitem o vento!


Angélica Marques

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