sábado, 30 de agosto de 2014

PRECONCEITO

Preconceito

Eu não tenho, você não tem, ninguém tem, mas ainda existe gente morrendo por isso.
Quando o assunto é preconceito, a negação vem logo de cara: ninguém assume, todos negam e negam bem, com categoria.
Já ouviram ou falaram a frase: Nossa, eu trato minha empregada como se fosse uma pessoa da minha família.
Pois bem, começando os apontamentos. Como mais poderia ser tratada uma pessoa que lava o seu banheiro e faz a sua comida todos os dias?
Ah! Mas eu tenho vários amigos gays e os trato normal! Com o maior respeito.
E por qual motivo se trataria com anormalidade um amigo? Pelo simples fato deste amigo ter uma opção sexual diferente da sua?
Essas e outras coisinhas tão pequenas do nosso dia a dia nos mostra exatamente o quanto estamos longe da evolução que tanto gritamos.
Feminista que sou, serei obrigada a levantar mais uma vez a bandeira das mulheres, por serem estas o principal alvo desses abusos.
Um homem abandona a família, o lar, os filhos. Em contrapartida paga uma ninharia com muito custo, e o que este homem é? Nada, ele é apenas um homem que não aguentou mais a mulher. Mas paga certinho a pensão.
Uma mulher desiste do casamento, raramente dos filhos, e na mesma hora se transforma em uma pervertida sexual sem moral e que não merece estar em uma festa de família ou com você nas fotos do Facebook.
O que a maioria das pessoas não entende é que estar, ou falar, ou dar uma oportunidade de trabalho para uma pessoa que age diferente de você, não torna você um adepto das escolhas de vida que essa pessoa fez nem complacente com atitudes que você não concorda. Essa atitude só mostra que você vê um pouquinho além daquilo que todo mundo diz.
Quando ouvimos ou lemos a história bíblica em que uma mulher foi apedrejada em praça pública, logo pensamos: ainda bem que isso acabou.
Acabou mesmo? Vejo pessoas sendo apedrejadas todos os dias, sofrendo julgamentos excessivos e maldosos e tendo suas vidas prejudicadas por puro preconceito.
É bem certo que vivemos regidos por códigos de conduta e é razoável que saibamos quando podemos ou não ferir esses códigos, mas uma coisa é certa: todos nós infringimos as normas sociais, todos, e fazemos sempre que nos convém. Transgressão.
As pessoas são muito mais do que postam, são muito mais que breves cliques, as pessoas têm histórias, têm cicatrizes e feridas que jamais conheceremos a fundo, e o conjunto de tudo isso é o que faz de cada um o que realmente é.
Sejamos prudentes ao rotular, sejamos mais amenos ao classificar alguém como verde ou azul, afinal muitas vezes nossos olhos nos traem.

É muito bonito falar de perdão, falar de amor ao próximo, mas tenhamos cuidado no trato com as pessoas, tenhamos mais zelo com as palavras que lançamos. Afinal, dizem por aí, que uma palavra dita é como uma flecha lançada: não tem volta.
Angélica Marques

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