Muitas vezes tememos
que essa máxima se concretize, e é exatamente por isso que nos submetemos a
algumas regras de convivência.
Antes de chegarmos ao
nosso modelo atual de justiça passamos por vários modelos, e um deles levou
esse nome: Olho por olho, dente por dente. O nome é bem explicativo, mas
trocando em miúdos era o “bateu, levou”.
Pois bem, naturalmente
não deu certo. Excessos eram cometidos e uma cadeia de violência se formava a
partir de pequenas transgressões.
Pulando alguns séculos
cá estamos, conferimos ao Estado o poder e o dever de praticar a justiça. Sendo
assim nos abstemos de procurá-la com nossas próprias mãos.
O modelo vem
funcionando dentro da normalidade com alguns problemas é claro, mas mesmo assim
a transferência dessa legitimidade evita que excessos ou faltas sejam cometidos
com frequência.
Ultimamente estamos
experimentando uma sensação estranha, algo não anda bem, existe um cheiro de
mudança no ar e o cheiro não é bom.
Quando delegamos uma tarefa
a outrem, esperamos que ela seja feita nos nossos moldes, ou que no mínimo seja
realizada, e o que estamos assistindo atualmente é que o Estado não tem
correspondido à altura o seu poder/dever de praticar a Justiça.
Diante da ausência de
providências, algumas pessoas estão sendo levadas a buscar sua própria justiça
e isso é a pior coisa que poderia acontecer.
A sensação de
impunidade incomoda, revolta e gera uma série de atitudes impensadas.
Se o meu vizinho deixou
lixo na minha calçada nada mais “justo” do que eu arremessar aquele mesmo lixo
quintal adentro. Afinal, se ninguém toma providencias, eu mesmo tomarei.
ERRADO!
Não devemos, não
podemos deixar que uma onda de violência se alastre entre nós, seremos os
únicos prejudicados,
Se você foi ofendido dentro
de suas razões, saiba que existem caminhos legítimos para resolver. Jamais
inicie uma guerra que você não pode parar, é arriscado demais.
É certo que o Poder
Judiciário não consegue nos dar respostas em tempo útil, mesmo assim não
podemos retroceder.
Não se trata de ser paz
a amor em tempo integral, mas nossa revolta tem que ser direcionada, focada e
eficiente.
Eu costumo dizer que a
reclamação só funciona se for feita para quem é competente para resolver. Não
fique ranhetando, simplesmente reclame com quem pode resolver, tome
providências práticas, seja ativo na busca pelos seus direitos. Isso sim
funciona.
Nossa natureza é de
evolução, aprendemos a falar porque funcionou melhor do que chorar aos
berros. Aprendemos a andar porque nos
fere menos que rastejar, e assim por diante.
Existem vários tipos de
guerras e a pior delas é quando não estamos lutando por nada e, sim, contra nós
mesmos. Podemos travar batalhas mais nobres do que matarmos uns aos outros.
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