segunda-feira, 11 de agosto de 2014

OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE

Muitas vezes tememos que essa máxima se concretize, e é exatamente por isso que nos submetemos a algumas regras de convivência.
Antes de chegarmos ao nosso modelo atual de justiça passamos por vários modelos, e um deles levou esse nome: Olho por olho, dente por dente. O nome é bem explicativo, mas trocando em miúdos era o “bateu, levou”.
Pois bem, naturalmente não deu certo. Excessos eram cometidos e uma cadeia de violência se formava a partir de pequenas transgressões.
Pulando alguns séculos cá estamos, conferimos ao Estado o poder e o dever de praticar a justiça. Sendo assim nos abstemos de procurá-la com nossas próprias mãos.
O modelo vem funcionando dentro da normalidade com alguns problemas é claro, mas mesmo assim a transferência dessa legitimidade evita que excessos ou faltas sejam cometidos com frequência.
Ultimamente estamos experimentando uma sensação estranha, algo não anda bem, existe um cheiro de mudança no ar e o cheiro não é bom.
Quando delegamos uma tarefa a outrem, esperamos que ela seja feita nos nossos moldes, ou que no mínimo seja realizada, e o que estamos assistindo atualmente é que o Estado não tem correspondido à altura o seu poder/dever de praticar a Justiça.
Diante da ausência de providências, algumas pessoas estão sendo levadas a buscar sua própria justiça e isso é a pior coisa que poderia acontecer.
A sensação de impunidade incomoda, revolta e gera uma série de atitudes impensadas.
Se o meu vizinho deixou lixo na minha calçada nada mais “justo” do que eu arremessar aquele mesmo lixo quintal adentro. Afinal, se ninguém toma providencias, eu mesmo tomarei. ERRADO!
Não devemos, não podemos deixar que uma onda de violência se alastre entre nós, seremos os únicos prejudicados,
Se você foi ofendido dentro de suas razões, saiba que existem caminhos legítimos para resolver. Jamais inicie uma guerra que você não pode parar, é arriscado demais.
É certo que o Poder Judiciário não consegue nos dar respostas em tempo útil, mesmo assim não podemos retroceder.
Não se trata de ser paz a amor em tempo integral, mas nossa revolta tem que ser direcionada, focada e eficiente.
Eu costumo dizer que a reclamação só funciona se for feita para quem é competente para resolver. Não fique ranhetando, simplesmente reclame com quem pode resolver, tome providências práticas, seja ativo na busca pelos seus direitos. Isso sim funciona.
Nossa natureza é de evolução, aprendemos a falar porque funcionou melhor do que chorar aos berros.  Aprendemos a andar porque nos fere menos que rastejar, e assim por diante.
Existem vários tipos de guerras e a pior delas é quando não estamos lutando por nada e, sim, contra nós mesmos. Podemos travar batalhas mais nobres do que matarmos uns aos outros.




Nenhum comentário:

Postar um comentário