domingo, 15 de junho de 2014

Quantas asas você tem?

Quantas asas você tem?

Estamos acostumados a estar sempre nos mesmos lugares, comer sempre os mesmos pratos, nos mesmos restaurantes, usar sempre a mesma combinação de roupas, e isso nos traz certa segurança.

Se aproximar de pessoas desconhecidas é uma aventura que poucos arriscam, mas essas aventuras podem nos trazer momentos incríveis, afinal as melhores coisas da vida acontecem sem planejamento.

Dia desses tive a oportunidade de estar em um lugar muito agradável e ouvir palavras belíssimas, um lugar que eu geralmente não iria por vontade própria.

Um homem falava para um grande grupo de jovens, a meu ver uma tremenda missão. Bom ele iniciou o seu discurso com uma folha verde nas mãos e prosseguiu calmo com sua teoria que se baseava na ideia de que necessitamos estar ligados a uma estrutura para continuarmos vivos,assim como a folha que ele tinha na mão.

Em pouco tempo e com poucas palavras vi nesta teoria a origem de todos os problemas que conheço, ou a maioria deles, estamos longe de nossas raízes.

Não estamos ligados a nada! A maior estrutura queconhecemos, foi destruída, a familia não existe mais, está doente.

Somos folhas, somos todos, folhas, estamos perdidos,fadados a rolar ao vento sem a mínima noção ou preocupação de onde vamos parar.

A mensagem que era transmitida aqueles jovens era para que se prendessem a suas raízes, e ele disse isso de uma forma tão leve e tão direta que eu tenho certeza que chegou aqueles corações todos.

Tive uma manhã muito produtiva e interessante, uma manhã em que me dei conta que o conhecimento não brota apenas de livros e de palestrantes ilustres, mas de onde se menos espera lições importantes estão a pairar, só aguardando que tenhamos um pouquinho de ousadia para sairmos da nossa zona de conforto.

O destemido orador seguiu sua missão com uma frase clássica de Louis Pasteur, o que me impressionou ainda mais, ele não citou o pensador naturalmente, mas ele olhou para aqueles jovens e fez uma pergunta muito simples a eles:

_ Quantas asas um pássaro necessita para voar?

O destemido orador fazia gestos motivados e obtinha suas respostas em alto e bom som.

E prosseguiu explicando que nossas asas têm duas estruturas, a fé e o conhecimento, e que para voarmos com segurança temos que nutrir nossas duas asas de maneira proporcional, alimentar nossa fé e investir em conhecimento.

Impressionante, brilhante e muito bem fundamentado, aquele homem realmente sabia da importância de suas palavras, e usou sua oportunidade para plantar uma semente muito importante naqueles jovens.

E você? Quantas asas você tem? Como anda sua fé? Que importância você dá para aprimorar seus conhecimentos, como você tem tratado sua mente e sua alma?

A frase usada pelo destemido orador foi a seguinte:

"Um pouco de ciência nos afasta de Deus, muita nos aproxima." - Louis Pasteur.

Ouvindo esta frase me ocorreu o seguinte pensamento, vivemos em um mundo de conhecimentos rasos, clicamos em “curtir” sem nem mesmo ler ou averiguar o que está sendo divulgado. A informação é cada vez mais rápida, porém rasa, sem intensidade, e isso naturalmente nos afasta do nosso senso crítico, afeta nossa capacidade de raciocínio e julgamento.

Somos a geração da sinopse, A quem interessa a alienação dos nossos jovens?

Desejo minhas asas fortalecidas para que meus voos sejam mais altos, e quero também desfrutar do máximo de conhecimento que me for ofertado, para que com isso eu me aproxime mais de Deus.

E por último peço a Deus que multiplique os oradores destemidos a fim de abrirem os olhos dos nossos jovens. Não me importa se esses oradores estejam de batina, ouestejam de pés descalços, só me importa se estão trajados com asas longas e espirito iluminado.

 

Angélica Marques

 


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