Estamos
acostumados a estar sempre nos mesmos lugares, comer sempre os mesmos pratos,
nos mesmos restaurantes, usar sempre a mesma combinação de roupas, e isso nos
traz certa segurança.
Se aproximar de
pessoas desconhecidas é uma aventura que poucos arriscam, mas essas aventuras
podem nos trazer momentos incríveis, afinal as melhores coisas da vida acontecem
sem planejamento.
Dia desses tive
a oportunidade de estar em um lugar muito agradável e ouvir palavras
belíssimas, um lugar que eu geralmente não iria por vontade própria.
Um homem falava
para um grande grupo de jovens, a meu ver uma tremenda missão. Bom ele iniciou
o seu discurso com uma folha verde nas mãos e prosseguiu calmo com sua teoria que
se baseava na ideia de que necessitamos estar ligados a uma estrutura para
continuarmos vivos, assim como a folha que ele tinha na mão.
Em pouco tempo e
com poucas palavras vi nesta teoria a origem de todos os problemas que conheço,
ou a maioria deles, estamos longe de nossas raízes.
Não estamos
ligados a nada! A maior estrutura que conhecemos, foi destruída, a família não
existe mais, está doente.
Somos folhas,
somos todos, folhas, estamos perdidos, fadados a rolar ao vento sem a mínima
noção ou preocupação de onde vamos parar.
A mensagem que
era transmitida aqueles jovens era para que se prendessem a suas raízes, e ele
disse isso de uma forma tão leve e tão direta que eu tenho certeza que chegou
aqueles corações todos.
Tive uma manhã
muito produtiva e interessante, uma manhã em que me dei conta que o
conhecimento não brota apenas de livros e de palestrantes ilustres, mas de onde
se menos espera lições importantes estão a pairar, só aguardando que tenhamos
um pouquinho de ousadia para sairmos da nossa zona de conforto.
O destemido orador
seguiu sua missão com uma frase clássica de Louis Pasteur, o que me
impressionou ainda mais, ele não citou o pensador naturalmente, mas ele olhou
para aqueles jovens e fez uma pergunta muito simples a eles:
_ Quantas asas
um pássaro necessita para voar?
O destemido
orador fazia gestos motivados e obtinha suas respostas em alto e bom som.
E prosseguiu
explicando que nossas asas têm duas estruturas, a fé e o conhecimento, e que
para voarmos com segurança temos que nutrir nossas duas asas de maneira proporcional,
alimentar a nossa fé e investir em conhecimento.
Impressionante,
brilhante e muito bem fundamentado, aquele homem realmente sabia da importância
de suas palavras, e usou sua oportunidade para plantar uma semente muito
importante naqueles jovens.
E você? Quantas
asas você tem? Como anda sua fé? Que importância você dá para aprimorar seus
conhecimentos, como você tem tratado sua mente e sua alma?
A frase usada
pelo destemido orador foi a seguinte:
"Um pouco de ciência nos afasta de Deus,
muita nos aproxima." - Louis Pasteur.
Ouvindo esta frase me ocorreu o seguinte pensamento, vivemos em um mundo
de conhecimentos rasos, clicamos em “curtir” sem nem mesmo ler ou averiguar o
que está sendo divulgado. A informação é cada vez mais rápida, porém rasa, sem
intensidade, e isso naturalmente nos afasta do nosso senso crítico, afeta nossa
capacidade de raciocínio e julgamento.
Somos a geração da sinopse, A quem interessa a alienação dos nossos
jovens?
Desejo minhas asas fortalecidas para que meus voos sejam mais altos, e
quero também desfrutar do máximo de conhecimento que me for ofertado, para que
com isso eu me aproxime mais de Deus.
E por último peço a Deus que multiplique os oradores destemidos a fim de
abrirem os olhos dos nossos jovens. Não me importa se esses oradores estejam de
batina, ou estejam de pés descalços, só me importa se estão trajados com asas
longas e espirito iluminado.
Angélica Marques
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