Quem você acha
que é?
Existe uma
grande divergência entre o que achamos que somos e o que realmente somos. Essa
divergência é causada pela falha na percepção que temos sobre nós mesmos.
Conheci algumas
pessoas que durante algum tempo me convenceram, mesmo que temporariamente, que
eram portadoras de um tipo de personalidade e caráter, mas no decorrer da
convivência o que vi foram traços totalmente diferentes do que fora
inicialmente apresentado.
Penso neste
momento que não se trata de falsidade, ou enganação. Acredito que algumas
pessoas estão totalmente convencidas de que são A e na verdade são Z, e nem
acho que isso seja um defeito completamente.
Uma pessoa, por
exemplo, que acredita cegamente que é amado e idolatrado por uma centena de
pessoas certamente viverá com essa certeza e se beneficiará, mesmo que
equivocadamente, destes benefícios e também dos pesares da condição.
Pessoas que se
definem demais, que se descrevem, e que geralmente se intitulam profundas
conhecedoras de suas qualidades e alguns defeitos (poucos defeitos é claro), geralmente
são as que mais apresentam esta discrepância entre o que é e o que acredita
ser.
Conheci uma
pessoa que acreditava cegamente que era invejado por sua condição financeira e
um psêudo sucesso que acreditava ter, era impressionante como essa pessoa vivia
tentando se defender de pessoas que supostamente o invejavam.
Tudo, claro, não
passava de uma ilusão da cabeça do ser alienado da sua própria condição humana
e também social.
Essa mesma
pessoa acreditava que era especial e vivia com essa verdade em sua vida de tal
forma que quase convencia as pessoas, mas sempre se decepcionava com os outros,
pois somos tratados de acordo com nosso merecimento e não de acordo com o que queremos
e, cá pra nós, ninguém consegue enganar todas as pessoas por todo tempo.
Essa pobre
pessoa, assim como tantas outras vive uma vida de mentira, a margem de desafios
pessoais e autocrítica, e também longe de evoluir como ser humano.
Um passo
importante para atingir algum grau de estabilidade emocional é reconhecer
nossos defeitos e saber lidar com eles, dia a dia, melhorando ou admitindo
nossas falhas.
Sem autorreflexão
não há desenvolvimento, não há crescimento. Essas pessoas estão fadadas a um
descontentamento imenso, pois acreditam sempre estarem sendo injustiçadas não
reconhecidas em suas qualidades e não recompensados por seus feitos ilusórios.
Esse tipo de
pessoa tem dificuldade até mesmo para aceitar que alguém a ame de verdade, pois
querem ser amadas pelos motivos errados, e não entendem a pureza de sentimentos
gratuitos que nascem sem explicação evidente.
Pobres
personagens, meros coadjuvantes de lindas histórias que não lhes pertencem.
Uow!!!
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